domingo, 20 de junho de 2010

O eleitor como agenda


Às vésperas de mais uma corrida eleitoral somos inundados de pesquisas que apontam este ou aquele candidato com maior potencial de crescimento. Alguns analistas chegam inclusive a fazer afirmações, senão previsões ou premonições, tais como: candidato X tem grandes chances de vencer já no primeiro turno ou candidato Y herdará os votos do seu padrinho político.
As pesquisas de intenção de voto também apontam os temas que os eleitores mais se preocupam como segurança, saúde, educação etc. Os temas e candidatos excluídos dos mainstream permanecem no jogo apenas para garantir a existência do jogo, nada mais. Mas o que essas pesquisas não dizem? E o que os analistas também não conjecturam? E o que os candidatos se recusam a falar?
Essa talvez seja a chave para se compreender o pensamento, as emoções e as ações do votante. De outro modo, querem saber qual a agenda cotidiana do eleitor. A agenda midiático-eleitoral sabemos bem: vai ao encontro dos interesses (financeiros, morais, religiosos etc) dos candidatos incensados pelos donos dos poderes.
Resta ao eleitor responder apenas em quem pretende votar ou mesmo o que ele acha sobre a situação do país hoje, ou que nota dá para o fulano ou beltrano. No muito, é questionado sobre a melhora ou piora dos serviços públicos de saúde ou as oportunidades de emprego, por exemplo.
As pesquisas apresentam ao eleitor um conjunto de perguntas estruturadas de tal modo que se possa compreender seus desejos, suas escolhas e suas insatisfações. Trabalham para descobrir a agenda a ser apresentada ao votante, ou de outro modo, o que dizer ao eleitor e como dizer para que ele se fidelize a este ou àquele candidato.
Numa simplificação, tentam desvendar seus desejos, canalizar sua atenção e apresentar o que pensar. De outro modo tentam pautar sua vontade. Desta forma a democracia transcorre calmamente e tranqüila para todos.

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