domingo, 6 de setembro de 2009

Novos Dédalus

Em dias chuvosos ou em noites estreladas...No outono, ou na mesa de um bar... No engarrafamento...sozinho na multidão...a cidade nos vence, e nos deixa assim abandonados de si...e mesmo com a promessa de novas ágoras (?) de consumo, com o lançamento de mais um shopping neoclássico, olímpico(?), continuaremos (di) vagando entre seus labirintos pós-modernos e, o que é pior, sem o fio de Ariadne!! Com sua “pós-arquitetura”, medida inexata de uma elegância supérflua, eis a vidinha burguesa sempre pronta pra ser chique! Pra se repetir! E só!! Mas vale ir além. Vejam só, Richard Rogers, em Cidades para um pequeno planeta, propõe algumas reflexões para as cidades sustentáveis:- Uma cidade justa, onde justiça, alimentação, abrigo, educação, saúde e esperança sejam distribuídos de forma justa e onde todas as pessoas participem da administração;- Uma cidade bonita, onde arte, arquitetura e paisagem incendeiem a imaginação e toquem o espírito;- Uma cidade criativa, onde uma visão aberta e experimentação mobilizam todo seu potencial de recursos humanos e permitam uma rápida resposta à mudança;- Uma cidade ecológica, que miniminize seu impacto ecológico, onde a paisagem e a área construída estejam equilibradas e onde os edifícios e a infra-estrutura sejam seguros e eficientes em termos de recursos;- Uma cidade fácil, onde o âmbito público encoraje a comunidade à mobilidade, e onde a informação seja trocada tanto pessoalmente quanto eletronicamente;- Uma cidade compacta e policêntrica, que proteja a área rural, concentre e integre comunidades nos bairros e maximize a proximidade;- Uma cidade diversificada, onde uma ampla gama de atividades diferentes gerem vitalidade, inspiração e acalentem uma vida pública essencial.Uma cidade sustentável é aquela que permite o fortalecimento da cidadania, podemos dizer, com participação do cidadão e das lideranças. Para que a população participe nas tomadas de decisão o ambiente construído deve ser o primeiro a favorecer garantias tão básicas quanto necessárias, sendo verdadeiramente possível a realização dos direitos humanos. Devemos, então, começar a observar com mais cuidado a arquitetura das cidades como parte do projeto de novos Dédalus e de suas raízes sempre excludentes!!

Um comentário:

  1. se houvesse algum lugar assim no mundo eu gostaria muito de morar lá.. o problema é que mesmo em uma sociedade utópica como esta, acaba sempre aparecendo algum problema de força maior que não foi pensado antes e para resolvê-lo criamos outro e ficamos nesse ciclo sempre em busca de um equilibrio...

    agora não lembro o nome mas tem um filme que fala disso, quando lembrar ponho o nome aqui..

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