segunda-feira, 19 de julho de 2010

Codigo Florestal, que tipo de revisão?


Enquanto o mundo inteiro repugna para a diminuição radical de emissão de CO2, o projeto de reforma proposto na Câmara Federal de revisão do Código Florestal defende um processo que significará uma onda de desmatamento e emissões incontroláveis de gás carbônico, fato observado por muitos críticos em diversos trabalhos e entrevistas.
Parece ser muito difícil para pessoas não iniciadas em cenários cartográficos perceber os efeitos de um desmatamento na Amazônia de até 80% das propriedades rurais silvestres. Em qualquer espaço do território amazônico, que vem sendo estabelecidas glebas com desmate de até 80%,haverá um mosaico caótico de áreas desmatadas e faixas inter-propriedades estreitas e mal preservadas. Nesse caso, as bordas dos restos de florestas, inter-glebas ficarão à mercê de corte de arvores dotadas de madeiras nobres. E além disso, a biodiversidade animal certamente será profundamente afetada.
Seria necessário que os pretensos reformuladores do Código Florestal lançassem sobre o papel os limites de glebas de 500 a milhares de quilômetros quadrados, e dentro de cada parcela das glebas colocasse indicações de 20% correspondente às florestas ditas preservadas.
E, observando o resultado desse mapeamento simulado, poderiam perceber que o caminho da devastação lenta e progressiva iria criar alguns quadros de devastação similares ao que já aconteceu nos confins das longas estradas e seus ramais, em áreas de quarteirões implantados para venda de lotes de 50 a 100 hectares, onde o arrasamento de florestas no interior de cada quarteirão foi total e inconseqüente.
AZIZ NACIB AB'SABER, geógrafo, é professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP

domingo, 4 de julho de 2010

O Ideb e os filhos dos governantes


Números do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, recém divulgados pelo MEC e Instituto Anísio Teixeira mais uma vez foi motivo de especulação, blábláblá midiático e superficialidade do Governo. Se por um lado a nota média (entre zero e dez) passou de 4,2 para 4,6 entre 2008 e 2009, atingindo uma meta que se previa alcançar em 2011, podemos dizer que houve sim avanços, pelo menos matemático. Mas não podemos comemorar pelo fato de este número ainda representar um baixíssimo patamar em comparação com outros países. O pior de tudo ainda é que questões como o uso das tecnologias digitais na escola sequer são colocadas, tendo em vista o atraso somado ao descaso que os governos, dos três níveis, têm tratado o assunto. Diante disso cabe perguntar aos governantes do executivo e do legislativo não apenas suas propostas sobre educação, mas como e quando vão resolvê-las. Um compromisso que pode ser cumprido com determinação, honestidade e, quem sabe, proibindo os filhos dos governantes eleitos de estudarem na rede de ensino particular durante toda a educação básica.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Cadeia Completa - Ideia Sustentável


Empresas globais passam a exigir gerenciamento das emissões de carbono dos fornecedores
Grandes empresas de todo o mundo estão mais comprometidas a questionar os programas de gerenciamento de emissões de gases do efeito estufa promovidos por seus fornecedores, com o intuito de manter relações mais sustentáveis. De acordo com o Carbon Disclosure Project (CDP), 6% das líderes de mercado já descartam fornecedores que não gerenciam suas emissões; 56% comprometem-se a administrar o gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa em toda a sua cadeia produtiva no futuro.
Essa é uma das constatações do CDP Supply Chain Report, produzido pela A.T. Kearney, que traz de 710 fornecedores. Eles foram convidados a relatar as emissões de gases do efeito estufa, as metas de redução, governança e avaliação dos riscos e oportunidades associados à mudança climática. As empresas participantes dessa iniciativa, que incluem marcas globais, como Dell, Juniper Networks, National Grid, PepsiCo e Reckitt Benckiser, estão requisitando de seus fornecedores a divulgação de dados através do programa CDP Supply Chain. Embora este relatório demonstre uma melhora significativa do nível de práticas realizadas, se comparados aos dados do último ano, os fornecedores ainda têm um caminho longo pela frente.
Leia a notícia completa no link abaixo:
http://www.ideiasocioambiental.com.br/pagina.php?s=40&t=3&id=560

quinta-feira, 24 de junho de 2010

10 motivos para estar na Política - Ronaldo Mathias

1. Porque o de cima sempre sobe e o debaixo sempre desce
2. Porque todo dia eles fazem tudo sempre igual...
3. Porque a cobra acha o sapo muito interessante!
4. Porque o tempo não pára...mas a vida sim!
5. Porque senão o que será que será...
6. Porque me chamam de louco mas os bons fazem bombas...
7. Porque somos tão jovens
8. Porque quem não tem colírio usa óculos escuros
9. Porque meus heróis morreram de overdose e meus inimigos estão no poder (!)
10. Porque os fins não justificam os meios.

domingo, 20 de junho de 2010

Cidades sustentáveis

A Agenda Habitat para Municípios, documento oriundo da Agenda Habitat II, afirma que há um senso de grande oportunidade e esperança de que pode ser construído um novo mundo. Neste mundo, no qual o desenvolvimento econômico e social e a proteção ambiental, como componentes do desenvolvimento sustentável interdependentes e que se reforçam mutuamente, podem ser realizados por meio da solidariedade e cooperação dentro e entre países através de parcerias eficazes em todos os níveis.
A Agenda Habitat é o documento aprovado por consenso pelos países participantes Segunda Conferência das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos - Habitat II, realizada na cidade de Istambul, Turquia, em 1996. Os países se comprometeram a implementar, monitorar e avaliar os resultados do seu Plano Global de Ação. Na Conferencia Habitat II também foi redigida e aprovada a Declaração de Istambul - uma manifestação de natureza política assinada pelos Chefes de Estado.
Em 2003 o IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal – com o apoio financeiro da CAIXA e parceria com UN-HABITAT elaborou a Agenda Habitat para Municípios. A Agenda Habitat foi desenvolvida para facilitar a leitura e entendimento aos dirigentes e técnicos municipais e mostrar-lhes como podem, no âmbito de suas jurisdições e no cumprimento de suas competências constitucionais, compartilhar, com os demais entes da Federação e com a sociedade, os compromissos internacionais assumidos pelo Governo Brasileiro.
Esses documentos apresentam que a gestão integrada dos municípios é capaz de criar cidades sustentáveis se tiver como objetivos:
1) buscar equilíbrio dinâmico entre uma determinada população e a sua base ecológico-territorial,diminuindo significativamente a pressão sobre os recursos disponíveis;
2) ampliar a responsabilidade ecológica, aumentando a capacidade dos atores sociais de identificar as relações de interdependência entre os fenômenos e aceitar o princípio da co-responsabilidade de países, grupos e comunidades na gestão dos recursos e dos ecossistemas compartilhados como o ar, oceanos, florestas e bacias hidrográficas;
3) buscar a eficiência energética, implicando redução significativa nos níveis de consumo atual, sobretudo dos combustíveis fósseis e busca de fontes energéticas renováveis;
4) desenvolver e utilizar tecnologias ambientalmente adequadas, alterando progressiva e significativamente os padrões atuais do setor produtivo;
5) alterar os padrões de consumo e diminuição significativa na produção de resíduos e uso de bens ou materiais não-recicláveis;
6) recuperar áreas degradadas e reposição do estoque dos recursos estratégicos (solo, água, cobertura vegetal);
7) cuidar da biodiversidade existente.